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segunda-feira, 09, dez/2024

79,3% dos brasileiros têm dívidas e educação financeira pode ser diferencial


Se até nos Estados Unidos, a maior potência econômica do mundo, o total de dívidas de famílias cresceu em US$ 1,02 trilhão em 2021, segundo o Federal Reserve, não é espanto algum que no Brasil as pessoas também não tenham condições de pagar as contas e muito menos fazer reservas financeiras.

O cenário atual mostra que as famílias estão gastando tudo que ganham e ainda precisam de mais para sobreviver. Prova disso é a nova Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a qual apontou que o total de famílias endividadas atingiu recorde em setembro, com 79,3% dos lares com as contas no vermelho. 

Da primeira para a décima economia do mundo, a pergunta que não quer calar é: por que os indivíduos estão se endividando tanto?

Sobre o tema, a educadora financeira, consultora e palestrante da Zetra, Andreza Stanoski Rocha, explica que os motivos vão além do quanto as pessoas ganham.

“Fato é que, independentemente de a pessoa ganhar R$ 100 ou R$ 100 mil, se ela não souber administrar o pouco, fatalmente ela também não saberá lidar com o muito”, explica.

Segundo ela, a chave para fechar de vez a porta das dívidas está na educação financeira e que pessoas “alfabetizadas economicamente” têm compreensão dos conceitos básicos financeiros e, assim, aplicarão esses conhecimentos em sua própria vida, servindo de exemplo para familiares.

“Com esse tipo de instrução, é possível aprender a importância de pagar as contas em dia, de criar um orçamento familiar, do real funcionamento do crédito, sobre como economizar dinheiro para o futuro, comparar produtos financeiros, como os investimentos e os cartões de créditos, por exemplo, e principalmente a utilizar a dívida de forma responsável”, explica Andreza.

Na visão da educadora, nunca é tarde para começar a se organizar financeiramente. Ter controle do dinheiro e uma quantia guardada para realizar sonhos ou lidar com imprevistos são as vantagens de fazer esse tipo de planejamento, que consiste em aprender a organizar melhor o dinheiro, conhecendo os ganhos e gastos.

Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o conceito de educação financeira é o processo que permite melhorar a compreensão em relação aos produtos e serviços financeiros, dando a capacidade de se fazer escolhas de forma mais consciente. 

Nesse sentido, Andreza defende que, como não existe fórmula mágica para adquirir educação financeira, o ideal é que quanto antes entender esse conceito, melhor.

O ideal, segundo ela, é que isso seja ensinado às crianças, especialmente se estas têm em suas famílias exemplos de inadimplência e gastos excessivos. E, para quem não dá a mínima para o assunto, a consultora é enfática.

 “Com o passar do tempo, o analfabetismo financeiro pode levar a problemas sérios, como dívidas incontroláveis, consumismo e mau hábito de gastos. E como é mais difícil desaprender do que aprender, principalmente no que tange a costumes negativos, o ideal é pensar na saúde do bolso da mesma forma que se cuida da saúde física”, finaliza.

Veja algumas dicas para acertar na educação financeira dos pequenos desde cedo:

1- Seja o exemplo para seu filho na administração do seu dinheiro;

2- Mesada serve para incentivar o trabalho extra e não para recompensar as obrigações da criança;

3- Ensine seu filho a disciplina de guardar 50% do que ganha para realização dos sonhos;

4- Para cada sonho um prazo diferente: curto, médio e longo prazo (dependendo da idade, atente-se em explicar quando será o dia que vai realizar o sonho);

5- Cuidado com o que você fala e com as frases negativas do tipo: “dinheiro é sujo”, “fulano é podre de rico”, “nunca tenho dinheiro”, “isso não vai dar certo”; pensar é uma coisa, falar é outra.

Com informações Zetra e Engenharia de Comunicação



Fonte: R7.com

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