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quarta-feira, 14, maio/2025

Com entressafra e incerteza tributária, valor do Etanol no Brasil dispara em novembro


Os preços do etanol hidratado subiram nos postos de gasolina no Brasil em novembro em relação a outubro, em meio a uma situação de baixa oferta devido à entressafra de cana-de-açúcar no centro-sul e às expectativas do efeito da isenção do imposto sobre os combustíveis, segundo analistas.

O etanol líquido foi vendido nas bombas por um preço entre R$ 3,88 o litro entre 1º e 28 de novembro, ante R$ 3,57 no mês passado, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira (28) pela ValeCard, que também mostrou uma maior diferença em relação à gasolina, que aumentou 1,78% no mesmo período, atingindo R$ 5,25 o litro.

Na semana passada, os preços na fábrica de São Paulo, maior produtor do Brasil, ficaram estáveis, segundo estudo do Cepea, que mostrou leve queda nas últimas duas semanas, o que não compensou o aumento de mais de 7% no começo de novembro.


Cana de Açúcar (Foto: Reprodução/Diário do Comércio)


A situação, porém, é boa, disse Marcelo Filho, analista de Inteligência de Mercado para Açúcar e Álcool da StoneX, o que significa que as usinas estão vendendo. Para ele, há dois motivos principais para fortalecer o mercado: a baixa oferta, por conta da entressafra e do alto prêmio do açúcar, e a possível espera em algumas usinas pela continuidade da isenção do imposto, porém ainda não garantido. Se os impostos sobre a gasolina forem restabelecidos, o etanol poderá novamente competir com a gasolina, tornando as vendas de etanol mais lucrativas.

O analista disse que: “Estamos vendo tensão, sim, por causa da questão tributária. Se voltarem, as usinas poderão produzir mais etanol e porque ganharão concorrência com relação à gasolina. Portanto, é possível que as firmas que estão lotadas estejam ligeiramente diminuindo (vendas)”. E acrescentou que: “A força desse problema vai depender da questão tributária. Se os impostos voltarem, esse sentimento deve durar muito tempo”.

Agentes do setor sucroenergético não têm certeza se a política de não pagar imposto sobre combustíveis vai continuar ou não até 2023, disse análise do Cepea/Esalq nesta segunda-feira (28).

Pesquisa do Cepea mostra que boa parte dos vendedores e consumidores acredita na volta desses impostos, dado o que se espera sobre os gastos do novo governo – e, portanto, a necessidade de recolhimento.

Para a pesquisadora do Cepea/Esalq Etanol, Ivelise Rasera, o retorno ou não de impostos costuma afetar o setor na tomada de decisão das usinas, principalmente na mudança para a próxima safra, inclusive devido à redução de estoque. Ela diz: “Como a gente já tem uma safra encerrada praticamente, o que pode acontecer é termos um ajuste no planejamento para a safra 2023/2024. Ainda assim não é algo tão rápido, tão fácil de se mudar porque a usina tem o compromisso de entrega do produto, seja açúcar ou etanol, seja no mercado interno ou externo”.

Com reflexos diretos na produção de açúcar, a próxima safra pode ser mais ou menos produtiva dependendo das questões tributárias.

A pesquisadora diz ainda que são vários os fatores que afetam os preços nas bombas, não apenas o custo de obtenção do biocombustível das usinas.

 

Foto destaque: Etanol e cana de açúcar. Reprodução/Canasol





Fonte: R7.com

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