Má notícia para os trabalhadores que ganham menos: é possível que eles sejam os mais afetados pelo pagamento do Imposto de Renda em 2023.
Devido a uma falta de reajuste na tabela utilizada para o cálculo de descontos, aposentados e trabalhadores que possuem rendas mais baixas são os mais impactados.
Esse impacto na parte da população que possui uma renda menor se dá principalmente pelo acumulo da inflação e a tabela desatualizada do IR.
Para se ter uma ideia, o último reajuste integral do valor utilizado pela tabela foi feito em 1996, ou seja, há 26 anos. No entanto, em 2015 aconteceu um reajuste parcial, que não foi de muita ajuda.
Se considerarmos o período entre o último reajuste integral e o ano de 2023 e fizermos o cálculo, a defasagem dessa tabela é de 147,37%.
Dos R$ 320 bilhões que devem ser arrecadados do Imposto de Renda em 2023, cerca de 190 bilhões são considerados “indevidos”, isso porque são recolhidos de pessoas de baixa renda. Dessa forma, aqueles que mais sofrem com a defasagem são, sem dúvida, as pessoas com menos dinheiro.
Atualmente, quem deve obrigatoriamente pagar Imposto de Renda todos os anos são aqueles que recebem mensalmente R$ 1.903,98 ou mais.
No entanto, se a tabela fosse corrigida, seria obrigatório que apenas aqueles que recebem mais que R$ 4.675,38 pagassem o imposto.
Dessa maneira, o número de famílias isentas de pagar tal imposto seria bem maior, cerca de 24 milhões de pessoas. Em contrapartida, atualmente, apenas cerca de 8 milhões de trabalhadores não precisam declarar imposto.
Essas famílias que não são isentas de pagar o imposto, mas deveriam, são as mais afetadas pela cobrança, pois esse dinheiro cobrado poderia estar sendo destinado ao sustento dessas pessoas.
O que podemos esperar é que o atual presidente cumpra com a sua palavra, visto que uma de suas promessas de campanha era justamente em relação ao Imposto de Renda.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia prometido em sua campanha eleitoral fazer o devido reajuste na tabela utilizada para a cobrança do Imposto de Renda.