Cientistas belgas descobriram um potencial tratamento inovador para a doença de Parkinson a partir de um método um pouco inusitado: transplante de fezes.
Pesquisas mostraram que as bactérias intestinais em pessoas com Parkinson são diferentes daquelas de pessoas sem a doença, e isso pode influenciar o desenvolvimento do quadro.
O resultado publicado na revista científica eClinicalMedicine foi positivo! Ao substituir essas bactérias por outras saudáveis, os pacientes tiveram uma redução duradoura nos tremores característicos da condição.
Como funcionou o estudo
No total, 46 pessoas com Parkinson com sintomas leves a moderados foram incluídas no estudo.
Os participantes passaram por um transplante de microbiota fecal (FMT). No procedimento, ou eles receberam uma amostra das fezes de um doador saudável, ou uma amostra das próprias fezes como placebo.
No método, bactérias e outros microrganismos de um doador são transferidos para o intestino do receptor por um tubo que passa pelo nariz e vai até o intestino delgado.
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Monitorados por 12 meses
Todos os participantes foram acompanhados por um ano após o tratamento.
Os pesquisadores monitoraram os sintomas motores e não motores do Parkinson em ambos os grupos, incluindo a constipação, um sintoma comum da doença.
Os pacientes que receberam de um doador saudável experimentaram melhorias significativas nos sintomas de movimento em comparação com o grupo placebo.
Embora não tenha apresentado uma diferença clara em outros sintomas não motores entre os grupos, os participantes que receberam as bactérias saudáveis relataram estarem mais cansados no final do estudo.
Pílula bacteriana do futuro
Se a ideia de um transplante de fezes te deixa enojado, não se preocupe: os mesmos resultados poderiam ser alcançados isolando as espécies bacterianas responsáveis por essas melhorias nos sintomas.
O único problema é que os cientistas ainda não sabem que espécie são, mas estão determinados a achar a resposta.
“Nosso próximo passo é obter financiamento para determinar quais bactérias têm uma influência positiva”, disse a coautora Debby Laukens em comunicado.
“Isso poderia levar ao desenvolvimento de uma ‘pílula bacteriana’ ou outra terapia direcionada que poderia substituir os transplantes microbianos fecais no futuro.”
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Com informações Newsweek.